segunda-feira, 24 de março de 2008

“Um erro”

Meu espírito esfacela-se

Um pouquinho aqui

Um poucochinho acolá

E sobra-me muito pouco de mim mesma.

Afinal, o que sou, quem sou?

Mais uma que grita na noite.

Outra que se cala. Assim não aborreço ninguém.

Mas sou uma pessoa aborrecida. É o que tenho por dentro. Chateio e aborreço. Não, não me calo. Não tenho medos.

Dizem-me que minto. Nada tenho a provar. Sou pantera da noite e dizem-me andorinha.


Tolinha. Coitadinha. Doentinha.

Deveras má. Cruel. Irônica.

Pobrezinha. A todos faz sofrer. Quem sofre mais é ela. Idéia! Idéias! Vamos mudá-la.

Passa-me o parafuso. Aí. Venha a porca. Muito bem! Que tal um chip? (Opa, informatizamos...). Liga, religa, conserta. Ótimo. Está melhorando. Agora um Lexapro, Frontal... Por dentro e por fora. Talvez umas plásticas? Ainda por cima fuma?

Nunca ficará grande coisa. Não tem préstimo para nada. Tudo quer e nada faz. Centralização!

Oh, ao menos que não aborreça ninguém. Enfadonha.

Sinto muito, peço desculpas ao barão e à baronesa. Sou uma pessoa aborrecida. E, nos dias de hoje, não há quem se cale. Pois é. Modernidade.

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